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segunda-feira, 25 de março de 2013

"A iminência das poéticas"








Umas das maiores experiências que um acadêmico de artes visuais pode vivenciar dentro do curso é a possibilidade de visitar um dos maiores espaços de exposição de arte moderna a nível mundial que é a bienal de São Paulo.
Em 10 de outubro de 2012 tive essa oportunidade de conhecer esse circuito da arte que foge de tudo que eu ate então conhecia que era ponte rio grande- porto alegre. A experiência da viagem longa supera a expectativa do que iria encontrar na maior cidade da America latina que é a grande São Paulo. A viagem de 24 horas estreita ainda mais os laços de companheirismo com os colegas e nos da à possibilidade de conhecer melhor os que não temos a chance de para e trocar uma ideia.
Ao chegar à grande cidade tudo parecia surreal ou apenas mais uma cena de novela, mas não, era o real que começava a tomar conta de mim, o corre corre, e a agitação da louca cidade já era nítido na cara de cada um dentro do ônibus, e dentro de mim mesmo, que já pulsava ao som das buzinas dos grandes engarrafamentos que a essa altura já eram o Maximo.
Choca ao ver uma enorme cidade repleta de mendigos pela rua, mas curiosamente nenhum cachorro nas calçadas, as ruas são largas os tuneis alucinadores.
A arte que iríamos presenciar já se anunciava ali mesmo diante de nos, era essa arte que prende os olhos e aguça as sensações.
O cheiro forte da cidade é enalsiante ( não sei se essa palavra existe) mas é a que posso descrever. Estação da Luz e Binacoteca uma poesia no tempo presa no espaço. A musica da hora era sirenes das viaturas que loucamente corriam de um lado para o outro. A arte pertence a quem pertence a ela e assim partimos nos a nos aventurar nas grandes ruas desconhecidas. Cheiro forte, prédios pixados e uma estética peculiar no ar.
Quem diz que 25 de Março não é uma galeria? Sim e uma galeria a céu aberto. Arte e rearte a todo instante, tons e contraste se via na pele e no rosto a toda parte. Bocas, olhos, narizes e  formas retratam uma São Paulo plural pluricultural.
Vias e relances no levam ao Ibirapuera, "A iminência das poéticas" nos convida a compreender a eminência entre a obra de arte e artistas diferentes em uma plataforma de encontro. Alguns artistas a nossa espera, Bernardo Ortiz, Charlotte Posenenske e os brasileiros Sofia Borges, Eduardo Berliner, Lucia Laguna e Marcelo Coutinho. 
Gostos, sabores e sensações se interlaçavam, virando uma bela oferenda oferecida pelo MAM. A oferenda aos orixás ou para a arte de Adriana varejão? Que nos dilacerava e nos apresentava suas vísceras. São Paulo se despede em forma de Olho e Som, as lembranças já estão gravadas nas fotografias e o poema no papel. A grande cidade se torna lembrança, a experiência  singular e a volta mais 24 horas.

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